

CÍRCULO DO LIVRE ARBÍTRIO
Serra de Montejundo

A visita que aqui propomos é sobretudo a proposta de uma vivência partilhada, na qual, acreditamos que a revelação humana de cada um de nós, irá contagiar a forma como vibramos, sentimos e pensamos. Será também a celebração da vida, presente no ato mais simples do abraço fraterno que a todos nos une e finalmente, será mais uma vivência, a caminho da nossa individuação e do nosso humilde progresso humano. Diremos então que nesta vivência, a partilha de ideias, como de afetos e alegria, são um valor a empreender.
Por esta razão pensamos que uma nova ideia, qualquer que seja a sua originalidade, deve ser um contributo para o somatório de conhecimentos acumulados, sem nunca deixar de estar ao serviço do progresso da humanidade. Iremos, pois, confrontar-nos com perceções, com emoções e sentimentos. Iremos por isso dialogar com uma certa ideia de realidade que cada um de nós irá mobilizar, construir e integrar.
Mas afinal o que é a realidade? Existe uma realidade para as crianças que brincam e outra para os adultos, uma realidade para o físico nuclear que trabalha no mundo infinitamente pequeno do átomo e outra para o indivíduo que está em contacto com os objetos sólidos que o rodeiam. Há uma realidade para o astrónomo que estuda os simples estelares de proporções gigantescas e outra para o simples observador das pequenas estrelas do céu. Uma realidade para o historiador que vê a marcha dos acontecimentos e o desenvolvimento da sociedade ao longo dos séculos e outra para o homem sem-abrigo que vive na rua e cuja realidade é assegurar que hoje o seu local de pernoita esteja garantido...
Ao abordarmos deste modo o conceito de realidade, diremos que o que é verdadeiro para um, não o é para o outro e a nossa história pessoal parece ser determinante na forma como abrimos o nosso espírito e a nossa cognição para os estímulos que gravitam à nossa volta. Pensar de um modo diferente da maioria, sempre foi uma atitude cheia de riscos... quando Heinrich Schliemann afirmou a sua crença na Ilíada de Homero e anunciou que ia procurar a fabulosa cidade de Tróia, o mundo académico limitou-se a sorrir da sua credulidade, porque Tróia era considerada uma fábula. No entanto Schliemann não descobriu apenas a cidade de Tróia, mas nove antigas cidades edificadas umas sobre as outras e enterradas debaixo da terra.
No famoso livro Shambhala, Andrew Tomas, diz-nos “ (...) Todas as grandes realizações culturais foram inspiradas ou alimentadas pelos Espíritos Cósmicos, todavia é mais fácil apresentar nobres ideias à humanidade do que dissipar o torpor dos seus cérebros apáticos, o mau gosto e os falsos valores. O problema mais difícil é esclarecer uma visão que os preconceitos e a incompreensão turvaram...”.